INSTITUTO FISCAL INDEPENDENTE APRESENTA NA FIESP DADOS SOBRE CONTAS PÚBLICAS

Objetivo do IFI é ampliar a transparência nas contas públicas

Cristina Carvalho, Agência Indusnet Fiesp

Criado no final de 2016, o Instituto Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal, cujo objetivo é ampliar a transparência nas contas públicas, foi tema da plenária do Conselho Superior de Economia da Fiesp (Cosec) desta segunda-feira (12 de novembro).

Felipe Scudeler Salto, diretor executivo do IFI, fez uma explanação sobre diversos dados das contas públicas e explicou que apesar de ser jovem, com apenas 2 anos de atuação, o instituto já está bem estruturado. “No site do IFI é possível acessar relatórios e saber como são feitas as projeções econômicas. Além disso, temos parcerias com grandes institutos como a FGV, USP, Cepal, Nações Unidas, World Bank. Para 2019, devemos instalar um conselho de assessoramento técnico. Esta é a nossa primeira exposição na Fiesp. Precisamos engrandecer e consolidar este trabalho que ainda está no começo”, disse.

Segundo projeções do IFI, o PIB brasileiro deve crescer 2% no cenário base entre 2020 e 2030, enquanto que os juros reais devem atingir 4,4% nessa mesma base. Já para este ano, as projeções do PIB estão entre 1,6% e 1,4%. “É uma grande mediocridade o Brasil não se preocupar com um crescimento tão baixo”, disse.

Salto falou também sobre a alta carga tributária, que segundo ele, apesar de elevada está estabilizada. “Essa estabilidade se mantém desde meados dos anos 2000 em razão do baixo crescimento”, avaliou.

Antônio Delfim Netto, presidente do Cosec, destacou que a contabilidade pública foi praticamente destruída e que as atividades do IFI servem justamente para trazer “a exposição dos números certos. Sem mudanças importantes, não vamos conseguir sair dessa situação fiscal”.

Andrea Sandro Calabi, conselheiro e ex-secretário de Estado da Fazenda de São Paulo, salientou a importância das instituições independentes. “É absolutamente fundamental que algumas instituições tenham essa percepção de longo prazo durante o processo de organização de contas públicas no Brasil. Esse plano plurianual é uma visão que é alimentada por projeções feitas pelo Ministério da Fazenda baseados nesses indicadores, como PIB, inflação e câmbio. A existência de um escritório de uma base fiscal independente no âmbito do Congresso que cheque os parâmetros que norteiam as projeções é fundamental”, destacou.

Calabi lembrou que o avanço em tecnologias de informação e comunicação em áreas como a da saúde, de segurança, com a integração de sistemas pode dar eficiência ao gasto público.

Por fim, Delfim Netto destacou que a “IFI terá um papel importante na própria fiscalização do governo, porque é um bom instrumento para estimular a oposição a provocar o governo. Na verdade, os números que não são aceitos pelo governo, são utilizados pela oposição. Esse processo de intriga pode trazer algum resultado interessante”, observou.

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