Matéria-prima: 71% das indústrias registraram alta acima do esperado
Pesquisa da CNI mostra um agravamento da pressão sobre os preços dos insumos, coincidindo com o início da guerra na Ucrânia. Setor aponta para aceleração nos custos e atraso na entrega dos insumos.
A alta dos preços de insumos e de matérias-primas atingiu o setor industrial de modo inesperado em março. A última Sondagem Especial feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o aumento dos custos de insumos e matérias-primas nacionais superou as expectativas de 71% das empresas, na média indústria extrativa e de transformação, e de 73% no caso específico da indústria da construção civil. Foram ouvidas 1.842 empresas, sendo 744 pequeno porte, 660 médio porte e 438 de grande porte.
Entre as que dependem de insumos importados no seu processo produtivo, 58% das empresas na indústria extrativa e de transformação e 68% na construção relatam aumento de preços acima do esperado.
O gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, explica que a pressão sobre os preços coincide com a invasão da Ucrânia pela Rússia, que, além da grave consequência humanitária, também prejudicou as cadeias de suprimento.
“O conflito e as sanções impostas à Rússia acentuaram o problema das cadeias de suprimentos, gerando gargalos no fornecimento de insumos e energia, além de barreiras ao sistema de logística internacional. Esse fato provoca atrasos e interrupções no fornecimento de insumos, além da excessiva elevação de preços, como temos visto”, explica.
Em cinco setores, o aumento generalizado dos preços nacionais surpreendeu mais de 80% das empresas. São eles: Produtos de Borracha, Biocombustíveis, Metalurgia e Veículos automotores Produtos de Limpeza. A alta de custos nos insumos importados superou as expectativas de 100% das empresas de biocombustíveis, de 94% das indústrias de produtos de borracha, de 75% do setor de impressão e 73% da indústria química.
43% das indústrias pretendem trocar fornecedores estrangeiros por nacionais.